Será que haverá na sociedade um arrefecimento da Fé ou uma nova forma de a exprimir?

      O homem de hoje vive assediado por atrativos que sociedade lhe oferece, talvez na mira de o tornar feliz?!...Será?

    A busca incessante de bens temporais exprime uma confiança exagerada nas potencialidades do homem, na sua capacidade tecnológica, científica e terapêutica. Não será isto uma nova forma de expressar a Fé?!... Talvez uma Fé de característica horizontal que limita o desejo de infinitude que está no homem e que o faz um constante insatisfeito. Em que crê quem não crê?!...

     A imediatez de respostas satisfaz-nos por algum tempo, mas amplia a insatisfação. 

     Esta vaga que atravessa a sociedade, particularmente a sociedade ocidental também passa por aqui. Invade-nos a pretensão de possuir tudo e já!...

     O Egoísmo ocupa o lugar do altruísmo, o comodismo não dá espaço ao serviço dos outros e o facilitismo obstrói o lugar do empenhamento e do trabalho, retirando a alegria da  conquista. Idolatra-se o corpo a quem não pode faltar comida ou bebida nem roupa para o enfeitar. O culturismo tornou-se moda e as novelas esvaziam os lugares de encontro e de diálogo. São quase o único tema de conversa, quando ainda se conversa. Comunica-se ao longe e para longe, quando se comunica, e distancia-se dos que estão próximos.

     Os filhos são vistos quase como auto-satisfação dos seus progenitores, como brinquedos de entreter a quem nada pode faltar, substituindo com isso o  mais importante: tempo, afeto e carinho que lhe são devidos. Não falta quem os considere como incómodos que impedem uma pretensiosa auto-libertação. Falta o tempo e sobram as múltiplas maneiras de esbanjar.

     Terá esta Fé futuro?! Ou será a expressão de um vazio que busca encontrar um novo rumo?!... Paira por aqui, tal como por outros lados esta moda que parece ter pegado, mas como todas as modas, eu creio que também vai passar.

     Jesus Cristo foi ontem, será hoje e amanhã a resposta que o homem procura. Assim o creio.

 

Bouça Pires